quinta-feira, 8 de agosto de 2013

O Homem, os Alimentos e os Deuses. Ou: você é o que você come - na versão Mexicana

Vou logo avisando que este post não é politicamente correto.

Porém, minha intenção é mostrar como a má alimentação  da maioria dos mexicanos, alem de prejudicar a saude da população, tambem está ficando estampada no corpo e rosto das pessoas.
Desde que me tornei pré-diabética, tenho tentado manter uma alimentação saudável e aprendi muito com minhas medicas e nutricionistas sobre os alimentos.
Não sou expert e não vou dar conselho pra ninguem sobre o que, como, quanto, quando comer; mas tenho a impressão de que o Mexico está caminhando em uma direção contrária à que eu estava indo e confesso, isso me chama bastante a atenção.

É notório e bastante interessante a relação das antigas civilizações pré-hispânicas com os alimentos e com os deuses.
No Mexico antigo, a comida era o elo entre os humanos e os deuses.  No calendário agrícola dos antigos, haviam oferendas e celebrações para cada etapa de amadurecimento do milho (Maíz) e cada etapa tinha um deus (Téotl) específico.
Xilonen era a Deusa do Maíz tenro.
Centéotl, o Deus do Maíz normal; e Chicomecóatl, sua contraparte feminina.
Ilamatecuhtli, a Deusa do Maíz maduro.

E você sabe que existiam várias cores de Maíz?
Sim, existia o milho vermelho (cujo Deus era Xiuhtocentéotl)
O milho branco ( Deus Iztaccentéotl)
Milho amarelo (Deus Cozticcentéotl)
E finalmente, o milho negro (e seu Deus Yauhcentéotl)

Não, não existe nenhum milho verde - que alías, não sei porque chamamos de verde se ele é amarelo !!!

E depois os homens domesticaram os feijões (um dia vou ao mercado e conto quantos tipos existem - acho que são dezenas!).
As sementes de cacau eram usadas como moeda de troca e eram bem valiosas, assim como o chocolate quente era uma bebida permitida apenas para nobres e sacerdotes (sempre aquela velha ladainha: o que é bom, não é para o bico do povo).

Enfim, pra não me alongar muito, a questão é que os mexicanos comem hoje, o que seus antepassados comiam. Entretanto, não gastam um terço da energia que os antigos gastavam.
O resultado disso? Gordura acumulada. Onde? No abdomem, claro.Os famosos pneuzinhos.



E pra piorar a situação, eles são viciados em salgadinhos tipo Elma Chips, todos com muita pimenta, é claro, alem de muito sal.
E a mania nacional de não comer salada crua ? Eles usam tomate, cenoura e coentro. cozinham tudo para fazer as salsas e acham que basta.
E fibras? Isso porque aqui tem o amaranto, um cereal rico em ferro,calcio e super nutritivo. Eles fazem doces com amaranto e carregam no açucar e no melado. Não adianta, né?
E agua? Eles trocam por litros de refrigerantes diários (nada diet, viu?)

Enfim, uma alimentação rica em carboidratos, gordura, fritura e sal,  somada à falta de exercícios e à ingestão de salgadinhos e refrigerantes, só pode resultar em gordura acumulada. A tal gordura visceral, que se aglomera ao redor dos nossos orgãos internos e é responsável pelo aumento de diabetes e hipertensão (entre outras doenças) na população mexicana - inclusive em crianças.

O que os Deuses tem a ver com isso, hoje?
Nada.
Os hábitos antigos permanecem - comer uma grande refeição no meio da manhã (quando os  caçadores saiam para a caça) e outra no meio da tarde (quando regressavam da caçada).
A ingestão de alimentos muito calóricos na mesma refeição - e hoje em dia pobres em nutrientes.


E o resultado é esse, principalmente para os corpos femininos no Mexico
 bunda esparramada, e pneus pra todo lado...



Não que eu seja uma beldade, mas  não adianta: a gente é o que a gente come; e o corpo expõe fora o que colocamos pra dentro.



É isso.
Saludos.









Um comentário:

  1. Excelente seu texto! A facilidade em se conseguir alimentos (e calóricos) nos tempos modernos detona qualquer saúde. Pareceu-me um desabafo! E agora, Andrea? Bj

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